Na minha infância cresci em meio a igrejas, bancos e púlpitos. Já cresci com a ideia de que eu era crente. Meus pais se divorciaram quando eu tinha 2 anos, e desde então não me sentia pertencente a nenhum lugar, a nenhuma casa, a nada. Após essa separação fui morar com meus avôs paternos e eles começaram a me levar para os cultos e demais programações da “igreja”, portanto eu convivo nesse ambiente desde sempre. Aprendi a me relacionar com pessoas de diversas idades, a me comportar nos cultos; mesmo que cochichando com meus amigos e sendo repreendida por isso, aprendi que domingo era dia de encontrar essas pessoas, cantar canções e aprender algo da Bíblia.
Porém os anos foram se passando, e mesmo criança comecei a observar que só meus avós paternos eram cristãos. Um certo dia meu pai me obrigou a ir pra igreja, sendo que ele nunca ia, e isso estava repercutindo na minha cabeça. O porque que meus pais não iam, mas me obrigavam a acompanhar meus avós. Quando comecei a questioná-los, quando era adolescente, o questionamento se tornava em uma discussão e eu sempre saia triste dessas situações. Só que algo queimava em meu coração: se meus pais me obrigavam a ir, significava que era importante pra mim. E isso ecoava em mim, a importância de ir para “igreja”.
Fui crescendo e acompanhando meus avôs por onde eles iam, igreja, casa dos irmãos, culto nos lares, acampamentos para crianças e adolescentes, eu ia em tudo. Mas com meu coração sem entender que Jesus queria se relacionar comigo. Quando fiz 12 anos queria ajudar na igreja de alguma forma. Queria me sentir parte de algo, mesmo sem entender, então fui entrando em todos os lugares que eu podia. Comecei a ajudar com as crianças, clássico né, participava de todas as programações de mulheres, entrei pro ministério de louvor, aprendi a cantar e tocar, tudo pra me sentir parte, frequentava as reuniões de oração, e com isso pensava que estava desenvolvendo meu ministério de intercessão. Porém nada que eu fazia na igreja, me encontrava, eu não me sentia parte. Então comecei a procurar em outro lugar.
Com 17 anos entrei na faculdade, procurei me relacionar com várias pessoas, conhecer gente nova, e ter amigos que faziam sentido pra mim. Alguma coisa tinha que fazer sentido. Então fui em festas, bares, jogos da faculdade, e continuava sem sentido algum.
Logo me deparei com a primeira dificuldade e depois descobri que várias pessoas se encontram com a mesma, ou seja, quando acham que conhecem a Jesus, mas na verdade não se relacionam com Ele. Com 19 anos não sabia quem eu era, não sabia o que eu tinha que fazer, eu não tinha a menor idéia de qual era o meu lugar. Foi então que no final da faculdade tudo mudou.
No ano de 2016, eu conheci o novo pastor da igreja que eu frequentava. Nessa época eu não queria mais nada com igreja. O pastor anterior me colocou como líder de jovens, detalhe: eu era a única jovem que tinha lá, ou seja, líder de mim mesma, parece até piada mas foi isso que aconteceu. Quando o novo pastor chegou, me apresentei como líder, mesmo sem acreditar em mim e fiquei lá pra ver o que iria acontecer. Esse novo pastor, e graças a Deus meu pastor até hoje, Pastor Adilson, foi usado por Deus e uma de suas ministrações ele disse que quem orava a muito tempo por algo e ainda não tinha a resposta, significava que não sabia orar. E isso me assustou, me confrontou e me desafiou.
Cheguei em casa depois daquele culto e fui orar, da maneira mais simples que ele tinha falado e ensinado. Entendi que Jesus é uma pessoa e eu precisava me relacionar com ele, com verdade e sinceridade. Quando comecei a orar dizendo: Eis-me aqui, as coisas mudaram, de um jeito tão rápido que não consigo explicar. Comecei a sentir a Presença dEle no meu quarto, comecei a ter sonhos e ler a Palavra como nunca li. Comecei a ter vida, ver o real sentindo de tudo, e viver com Ele.
Entendi que meu lugar é na presença dEle, ali me encontrei e me encontro com Deus todos os dias. O sinal disso tudo, foi quando recebi uma ligação de uma mulher mais velha do que eu, chorando e dizendo: já fui em várias igrejas, mas o que você tem é diferente, sinto Jesus em você e quero e preciso andar com você. Aquele dia desliguei o telefone, chorei na presença de Jesus, e entendi que eu estou nesse mundo para amar a Deus, amar pessoas e servir ao Reino.